domingo, 31 de outubro de 2010

O valor da Vida


Brincar com a vida…

É procurar e pedir licença para dormir.
É pedir perdão para descansar horas a fio,
Sem ter direito ao sonho, lenitivo de sorrir.
É não poder sonhar e viver em desvario.

É perder as raízes do que somos, é brincar
Com os sentimentos alheios, é perder a razão,
É deixar de acender a chama que nos faz cantar,
É esquecer o sonho, a pérola da orientação.

Quando o sol nasce, brilha e aquece
A visão salutar da fraternidade.
O descampado dos campos é um chamado do Tempo,
É luz que brilha e fortalece
E continua a ser a chama da igualdade,
Trazida com a aprendizagem do vento.

E o homem cansado, prossegue o seu caminho.
Revolta-se, porque ninguém o entendeu.
Caminha desvairado, julgando-se sozinho,
Perdido no trabalho, desconfiando, no desatino,
Sem perceber que consigo se desentendeu.

Um homem sem fé, é um labirinto solitário,
Perdido nos escombros e potenciais saídas.
Viver sem fé, é duvidar do mundo que nos rodeia,
É afastar qualquer inimigo imaginário,
Fruto da semente, vestido em vestes descaídas
Desse Tempo, que nos julga e nos norteia.

Vestem-se as flores da chama acesa,
Rubra, quente, incandescente.
Brilham as rosas na aurora resplandecente
E o odor dos campos se dispersa e dilui na incerteza
Que surgiu do pensamento impuro,
Perdido no esmo da solidão, indeciso no gesto puro.

Berta Quental Prata (15/07/09)



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