domingo, 31 de outubro de 2010

A beleza de viver


A beleza de viver, de observar,
de ver correrem as fontes,
de rir ou chorar,
de abrir horizontes,
e continuar a questionar:
Sábio ou iluminado?...
Forte ou poderoso?...
O que importa é preservar,
a Humildade e a integridade.
O sonho tece-se ardiloso
quando o carácter e a rectidão
se escondem na veleidade
e na exibição!
Por isso,...
Será que o sábio tem consciência
de que é sábio?
Será que o homem tem consciência
do quanto é sábio?
Ao partilharmos a vida,
cresceremos
e viveremos,
conheceremos outras lidas,
outros momentos
a serem vividos.
Quando nos fechamos,
de cenho franzido,
o mundo passa-nos ao lado
e não damos conta de nada.
Para quê ser sábio?!
Para quê ser poderoso?!
Aquele que é sábio
não se passa por glorioso.
Viva a vida e a vontade
De amar a todos
E a ninguém!
Viva quem tem vontade
De continuar a crescer,
Entre o Aqui e o Além!

Berta Quental Prata

A escola...


A escola da Vida e a Escola


O homem, na observação da incerteza
Da borboleta se safar,
Decidiu, pensando que a estava a ajudar.
Mas, …observou e nada aconteceu.
A borboleta não conseguiu voar
E, sem asas, esmoreceu!
O homem precisa de acreditar
Precisa de voar!
Precisa de sonhar,
Precisa de saber continuar,
 E confiar na longa caminhada.
As escolas são as asas da imaginação
Que agora querem cortar!
A escola é criatividade,
Que se torna veleidade
Para quem a quer destroçar.
O professor é a chave mestra das gerações;
É a chama que brilha na adversidade;
É a porta que se abre às multidões
É o sorriso que mantém a chama acesa
Desta gente que só quer humilhações!

O medo da verdade


O medo da verdade

Rasgaram-se as trevas, apanharam-se os cravos
e um povo oprimido reconquista a liberdade
e vem à rua cantar.
Regressam as trevas, secam os cravos
 e um povo oprimido perde a liberdade
 e vem à rua clamar.
 Regressam as trevas, o povo oprimido morre à fome
 porque o "tentaram" enganar.
 E a voz se ergue n´outra madrugada,
 grita em som alto e sublimado:
 - É tempo do Vento soprar outra alvorada
 É tempo de acabar com este primado!


Será indignação, tristeza ou mal maior?!


Será indignação, tristeza ou mal maior?!
Um estado de espírito indelével, amargo,
Uma dor estranha, ausente,
Uma vaga esperança de tudo ser melhor.
A ausência dos que amamos, o trago
Do que se sente e não se sente.

O vazio…
O caos de tudo o que nos rodeia,
As palavras ocas e sem sentido,
A conversa e o desvario
Deste país sem rumo, sem a teia
Da construção, num sorriso ressentido,
Vago, louco e perdido,
Preso na palavra oca que desnorteia.

Já não se sabe em quem acreditar!
Todos são um triste remedeio
De quem não sabe caminhar
Por si só, livre, solto no seu pensar!

Juntar, unir, confundir, amassar,
São a arte que começa a imperar!
Pisar, esconder, amarfanhar,
São os verbos que aprendemos a conjugar!

E o eco perpetua-se na montanha
Levado pela força da natureza,
Que de si mostra estranheza
Desta loucura tamanha!

Berta Quental Prata (30/09/09)



Tertúlia no Sátão


A tertúlia é uma reunião
De amigos, uma assembleia literária,
Um evento diferente, levado pela paixão
Dos livros, da arte, da busca imaginária
E essencial ao conhecimento da comunidade.
Pode-se ouvir, debater, opinar,
Trocar ideias e experiências.
Criar espaços de união e fraternidade,
Aprender e reaprender a conversar
Enriquecendo as nossas vivências.
Assim, …
É um espaço de bem-estar e lazer
É um ambiente agradável e acolhedor,
É um sorriso à tua espera num jardim,
Uma casa cheia, onde se aprende a viver
E a dar valor à vida e ao amor.

Da Tertúlia constituída
Que nasça a amizade
E que a sementeira seja produtiva
Em cada sessão construída!
Que se faça eco da liberdade
E que a acção educativa,
Do saber e da criatividade
Nunca esmoreça!

                        Berta Quental Prata


Vem, junta-te a nós e traz um amigo também.


Um Amigo é...


Um Amigo é aquele que nos escuta e que nos ouve, também o que é mais fácil ferir, na incompreensão de si mesmo e/ou de outros. É aquele que nos elogia e critica e por isso o escolhemos, porque sabemos que é verdadeiro e corajoso. 

“Todas as misérias verdadeiras são interiores e causadas por nós mesmos. Erradamente julgamos que elas vêm de fora, mas somos nós que as formamos dentro de nós, com a nossa substância.”
(Anatole France)

Não se medem aos palmos.


Os amigos não se medem aos palmos!

Interagem, aquecem-se, agasalham-se!
Os amigos verdadeiros são fonte de vida
E de equilíbrio no dia-a-dia.
Há avarentos que se espalham
Porque não dão valor à Vida!
Há avarentos de afectos, sem alegria,
Porque não vivem em harmonia
Com o sentido de ser e de estar!
Muitos, julgam que a avareza
Vem do dinheiro escondido, arrecadado!
Esses, não entendem o verbo Amar
E não comungam a tristeza
De um bem maior, quase amortalhado.
O maior avarento, é aquele que se esquece
De si, dos outros, da paixão
Que nos envolve e que aquece
Os momentos, ainda que de ilusão!
O maior avarento é aquele que não sabe dar,
Transmitir os reais valores, a existência
De Ser íntegro, por excelência.

Berta Quental Prata (03/12/2009)

Nova mensagem


O valor de um Amigo,
É perceber
Que nunca se está só.
Sabemos que o Amigo
Está lá e quer viver
Partilhar esse laço, esse "nó"
Que estará presente, comigo,
Contigo.

Mensagem


Caixa de texto:  O sono dos Anjos é sempre tranquilo. Deus abre as janelas do sonho, que muitas vezes nos dão respostas ao que desejamos, se estivermos atentos. Pois então, dorme o sono dos justos, em paz com a vida e com os homens.

O que o destino tece...


O sabor da terra…

O cheiro a jasmim e rosas,
O odor da terra molhada,
A preocupação das gentes!
A luta, as lágrimas chorosas,
A dor, a alegria do Tempo, sem nada!
O homem vive de incertezas,
Do suspiro e da morte feia!
Esquece as suas e vive das tristezas
De tudo fazer, em seara alheia.
E o Tempo envelhece e ultrapassa
As teias que o Destino tece.
O cruzar dos fios, que o Tempo fortalece,
O cruzar da Vida, o Tempo que passa,
A vida que se rejuvenesce.
E a Mensagem corre o mundo
Através da música e da palavra.
A semente, em seara alheia, lavra
E diz que é Hora de agir…
É hora de crescer e fazer sorrir.

Berta Quental Prata (13/11/09)

O que é ser diferente?


O que é ser diferente?!

Gostava de ser diferente da pessoa que sou!
Mais desprendida, mais solta, menos tímida.
Esquecer a tristeza e viver com alegria;
Fugir da vida e de quem sou,
Não ter este coração e esta Alma tão unidas!
Não é mais tão mais simples a hipocrisia?!

Porque é que uns são tão verdadeiros
E outros tão hipócritas e tão falsos?!
Porque é que a vida nos faz gemer,
Se não exigimos nada por inteiro?!
Dá-se incondicionalmente...
E vive-se até morrer,
Sem saber se diz a verdade ou mente.

22/12/08

Cantiga de embalar


Quando se perde a fé e a confiança,
Aí vem a Idade, sem piedade,
Dizer que é vã a esperança!
Com Amigos que te chamam à vida,
A idade é nota desprendida,
Porque a vida é sempre criança.

Com Amigos leais, tudo se enfeita,
Tudo cresce na mão agasalhada.
E já velha, a união, é núpcia sagrada,
É amor que se aceita,
É alma gémea, cantiga de embalar,
Cantigas de dormir e sonhar.

É assim, esse olhar
Na mágoa, a mesma graça,
O mesmo ar …
É assim, aquele olhar manso
E forte quando o outro traça;
Um olhar, quase ingénuo, quase vulgar,
Com o poder que investe a razão.
Ténue luz, forte coração,
Capaz de avaliar o cheiro a rosas celestes,
Por mais singelas e agrestes.

Nos teus olhos mansos, brilham safiras,
Pedras preciosas, quase esquecidas!
O teu coração desfaz-se nas birras
Com Amigos e suas perspectivas.

Quando um Homem tem esse olhar
Sereno, reconfortante, apaixonado pela vida,
Pouco mais há a dizer. Resta apenas observar
As telas pintadas e fingidas
E dizer não à mentira desnorteada,
E dizer sim à vida proclamada.

Acredito na vida para além da morte. Acredito que somos um Todo em busca de um caminho correcto, justo, honesto e verdadeiro. Tenho encontrado no meu percurso de vida, almas gémeas, seres que se coadunam com a visão de mundo que tenho, com o mundo que gostaria de encontrar. É claro que é uma utopia, quase absurda, que se torna real de uma forma efémera, quando encontramos outros seres que comungam do mesmo pensamento e da mesma busca, consciente ou inconscientemente.

Berta Quental Prata

O Amanhã acontece


Estes fulanos destroem-nos a Alma.
Entram nas nossas casas e roubam-nos a vida!
Gente miserável, com cara de lata,
Que escurece a luz mais calma!
Gente que se impõe e que é falida
No bem mais caro e que não dilata
Porque assim acontece à Vida!

E porque o Amanhã acontece
e acorda o mais miserável,
depois de mágoas e arrependimentos,
e porque a teia se tece
e vai gerando um caminho infindável,
de dor, de tristeza e de mistura de sentimentos,
tão vagos e dispersos,
que, quando o Amanhã acontece,
já tudo nos é tão diverso,
e quando buscamos o perdão,
No conhecimento que nos entristece,
ansiamos, apenas e tão só, Aquela Mão.

Porque será que a força do poder
transforma o homem em animal sedento,
hipócrita, estranho e perigoso?!
As luzes da ribalta impedem-no de ver
o quão maravilhoso é o desabrochar do rebento,
o quão é importante evitar o caminho ardiloso
e segurar os Bens mais preciosos do Mundo:
a Vida, a Humanidade, a Compreensão,
a Justiça, a Paz, a estabilidade,
o Amor e a consciência desse Amor profundo,
que estabelece o verdadeiro poder entre o coração
e a razão, entre a Vida e a Morte
e outro consorte.


Para ti....


Neste dia glorioso, onde o sol brilhará
Hoje, no futuro e em cada dia
No longo caminho que percorrerás,
Quero louvar-te e amar-te intensamente
Protegendo-te no regaço da alegria,
Que soubeste afagar continuamente!

O valor da vida não está na oportunidade,
Nem no tempo em que ela dura.
O valor da vida está na intensidade
Do Amor que permanece na vida pura.

Há acontecimentos que marcam a vida,
Momentos inesquecíveis e incomparáveis.
Tu foste esse sol que abrilhantou a minha vida
E todos os momentos aprazíveis e memoráveis.

Um grande e forte abraço da tua Mãe.

A União faz a força


Não há oceano profundo
Quando o Amor, mesmo à distância,
Bate à porta e marca o momento
Da beleza e da graça do Mundo!
A arte é, sem dúvida, a estância
Máxima da união de qualquer ser
Que vive e luta por viver
Contra as vagas tormentosas,
Que incendeiam o coração humano,
Traído na marcha lenta e dolorosa
De uma outra chama que quer vencer,
Calando a maior riqueza do ser humano:
A genuína razão de querer viver
Em liberdade e de poder criar
E contribuir para a construção,
Abrindo estradas num outro raiar
Da Aurora, aberto à criação
E à contínua razão de viver.

(Este poema surgiu num compasso musical acertado, onde as teclas do computador mais pareciam o teclado musical. Experimentem escrever, ouvindo uma música deliciosa, como todas estas, que me foram enviadas por uma amiga virtual – a Maria João.) Obrigada Amiga.

Beta Quental Prata

Morre...


Morre lentamente...quem pára no tempo e não evolui, nem gera;
Morre lentamente...quem não grita ao vento;
Morre lentamente...quem não reconhece que impera
o sorriso, a palavra, o gesto, a gargalhada.
Morre lentamente...quem não sabe ouvir um lamento.

B. Q. P.

Torga



Mãe:
Que desgraça na vida aconteceu,
Que ficaste insensível e gelada?
Que todo o teu perfil se endureceu
Numa linha severa e desenhada?
Como as estátuas, que são gente nossa
Cansada de palavras e ternura,
Assim tu me pareces no teu leito.
Presença cinzelada em pedra dura,
Que não tem coração dentro do peito.
Chamo aos gritos por ti - não me respondes
Beijo-te as mãos e o rosto - sinto frio.
Ou és outra, ou me enganas, ou te escondes
Por detrás do terror deste vazio.
Mãe:
Abre os olhos ao menos, diz que sim!
Diz que me vês ainda, que me queres.
Que és a eterna mulher entre as mulheres.
Que nem a morte te afastou de mim!
Miguel Torga

A canção que galgou o Tempo


Linda! Profunda! 23 anos de tanta miséria humana! Ainda me lembro, o quanto me tocou esta música, pela sua verdade, pelo valor intrínseco que trazia ao ser humano. Hoje, ao ouvi-la, a mesma emoção, agora diferente, mais profunda, pela diferença do tempo, pelo crescimento humano, inerente a cada um de nós, e pela desilusão, porque o mundo pouco evoluiu desde então.

É assim que surge o poema

A música que tocou o coração
Da Humanidade!
Aquela que parecia unir as mãos
Em busca da fraternidade!

Nós somos o mundo,
Somos as eternas crianças!
Somos a Fé que abre a Esperança,
Capaz de fechar a porta, neste vale imundo,
Que é a Terra...
De onde toda a beleza se encerra,
perdida no marasmo da hipocrisia!

O espaço, onde o canto emerge de alegria,
É, por vezes, escondida pela ambição,
Do poder desmedido!
Buscamos a fraternidade
E, nos actos, somos um coração
Com a pilha gasta, empedernido,
Perdido no egoísmo, sem idade!

Seria tão bom abrir a mão,
E tocar a música do coração!
Seria tão bom sentir que a força da emoção,
É a vida que chama, porque se caminha, amando,
Percorrendo o Tempo intemporal,
Sorrindo, amando e dando.

A música, o canto, a canção
Que o vento traz na poesia,
É a chama que brota, buscando a razão
Do esquecimento, perdido na hipocrisia.

Berta Quental Prata

Letra para música


REFRÃO
Oh gente! ...Cá na roça, trabalha-se,
arrastam-se em busca do pão.
Cá na roça, vive-se e luta-se
à espera de uma outra mão!

Sabe?! Cá na roça, chora-se,
canta-se e ri-se.
Cá na roça, a criança corre,
bate o pé, faz birra...
Cá na roça, criança sorri-se
e morre
porque a gente ignora
a tristeza de quem chora
e de quem morre!

Oh gente! ...Cá na roça, trabalha-se,
arrastam-se em busca do pão.
Cá na roça, vive-se e luta-se
à espera de uma outra mão!

E o menino se fez homem
e continua a chorar!
Ninguém o ouve, todos somem
e, quando criança morre,
homem chora!

Oh gente! ...Cá na roça, trabalha-se,
arrastam-se em busca do pão.
Cá na roça, vive-se e luta-se
à espera de uma outra mão!

E o menino se fez homem
e vem até à cidade.
Sonha que vai ver as estrelas,
sonha que os sinos toquem
e lhe abra o riso da felicidade.

Oh gente! ...Cá na roça, trabalha-se,
arrastam-se em busca do pão.
Cá na roça, vive-se e luta-se
à espera de uma outra mão!

E o menino, agora senhor,
continua à espera
que lhe abram a porta
do seu grande amor.
Vê, sente e desespera
porque ninguém se importa!

Oh gente! ...Cá na roça, trabalha-se,
arrastam-se em busca do pão.
Cá na roça, vive-se e luta-se
à espera de uma outra mão!

Berta Quental Prata

Jantar...


Jantar…

E as memórias ficaram retidas na saudade
De outros laços mais verdadeiros e mais sãos,
Sem louros e palavras supérfluas.
Valeu pela amizade e pela fraternidade
De outros momentos em que se uniram as mãos
E se escreveram palavras, sinceras e nuas,
Desprendidas e vividas por gestos sãos.

Às vezes, é difícil distinguir a verdade da hipocrisia.
É difícil perceber onde começa uma e acaba a outra.
O sol nasce e brilha mais forte, onde a fonte brota
Fresca, correndo da montanha fria
Que aquece os simples amigos, sem outra
Vertente, que não fosse a alegria
De partilhar e conviver, essa essência
Do homem, que sabe ser gente, por excelência.

Berta Quental Prata (15/07/09)


O mesmo abraço de sempre.

Dia Mundial da Mulher


Este dia Mundial da Mulher
Tem o seu quê de incompreensão…
Será que a Ninfa solteira
Não ouvirá a alguém dizer:
- És uma Amiga de coração!

A Mulher, a comemorar este dia,
É a esposa, a mãe, a irmã,
A amiga, aquele Ser que irradia
O Amor, a compreensão,
A ternura, o ombro, que é talismã,
E que constrói o dia-a-dia.
A que dá e está presente
Naquele momento,
Ainda que corporeamente ausente,
Aconchega e dá sustento
Ao espírito fatigado.
No seu sorriso suave
Dá conforto e alento;
No gesto singelo e desinteressado,
Abre fronteiras,
Fornece energias,
Luta entre as roseiras
De espinhos
Que se estendem nos caminhos.


“Quanto maior for a nossa capacidade de amar e de admirar os outros, tanto mais energia fluirá na nossa direcção. É por essa razão que amarmos e darmos energias aos outros é o melhor que podemos fazer por nós próprios.” James Redfield

Ceia de Natal



Ceia de Natal 2008/2009


Talvez seja a última Ceia de Natal, que eu e mais alguns de entre nós, estejamos nesta Escola, enquanto Professores. Por isso gostaria que me permitissem algumas palavras, e julgo ser o momento próprio – não deixar para amanhã o que posso fazer hoje.
            Andei por cerca de 14 Escolas, algumas com repetência, como é o caso  e Esta é, sem dúvida, uma Escola singular. Há um clima que propicia ao trabalho e à camaradagem, clima esse que é proporcionado, sobretudo, pelo Ilustre Conselho Executivo, que em prol da vida privada está sempre disponível com um gesto solidário e amigo a quaisquer membros desta Escola, trabalhando incansavelmente, excedendo o horário laboral – daí esse olhar cansado mas, de certa forma, cada um revela no olhar a consciência do bem estar e a mágoa de um reconhecimento por parte da tutela, que nunca vai chegar. Quem está longe destes espaços, jamais fará a ideia da CASA grande que é a nossa Escola.
            Os textos que vos aqui deixo, mostram a posição de uma professora que passou por muitas escolas e de tudo viu: doutores, professores e professorzecos; contínuos, auxiliares e “criados”... (assim eram todos considerados, consoante estatuto definido); porta fechada do Executivo, onde, em algumas, só se entrava depois de devidamente anunciados por um funcionário, destacado só para servir a Excelência; funcionários que tinham por objectivo controlar os professores, marcando-lhes falta, por tudo e por nada (claro que “esta benesse” era só para alguns), outros faziam o que queriam, faltavam, chegavam meia hora atrasados, ficavam a conversar,... Muitas vezes o medo percorria os corredores deste tipo de escolas, num clima de grande agressividade psicológica e profissional.
            A manterem-se as imposições do ME, as escolas serão assim.
            Esta, a nossa Escola, onde agora festejamos mais um Natal, é uma escola de sucesso na medida em que se trabalha para um todo, sem descuidar do bem-estar de cada um, dos que a Ela pertencem.
            Sejamos firmes em preservar as boas escolas que temos e Esta merece, nós merecemos, os nossos Chefes merecem o nosso respeito e carinho.
            Assim, um Bem-Haja ao Conselho Executivo e ao seu Presidente, um Homem singular, amado por todos.
           

                                                                                  Berta Quental Prata
             
            CERTIFICADO DE EXCELÊNCIA AO CONSELHO EXECUTIVO e aos demais Orgãos de Gestão

Abril...


Assaltam-me o pensamento
E revoltam-se as entranhas
Só de ouvir passar este vento
Que sopra desilusões tamanhas!

Abril foi um sonho desejado.
Percorri ruas e chorei
De emoção!
Era jovem e cheia de sonhos.
Percorri e amei,
Palpitava-me o coração!

Agora, face aos anos passados,
Quase me apetece desejar
Outro Oliveira Salazar!
Depois destes anos passados
Vive-se sem saber o amanhã!
Acreditou-se na democracia,
Na outra face que iluminava
O povo de Portugal!
Hoje vivemos da nostalgia,
Do sonho que iluminava
E dava as mãos por igual!

O pobre será sempre amordaçado
Nestes caminhos enganosos!
O pobre será cada vez mais abandonado
Porque lhe roubaram o sonho de viver
Deram-lhe sonhos dolorosos!
Amordaçaram-lhe o direito a viver!

Passados anos, trinta e cinco…
Tantos, que já não sei quantos…
Vivemos sem o chá das cinco
E morremos uns tanto quantos!

Roubaram-nos a voz,
Amordaçaram a vida,
E mesmo à beira da foz
Se grita a sina incumprida!

Por este país onde a fleuma cresce,
O desinteresse também floresce
E ninguém sabe como fazer valer
O direito de saber combater
A fome e a dor amortalhada,
A angústia amarfanhada
No coração a sofrer,
Sem esperança de viver
E fortalecer o sentido da vida,
Já por si tão sofrida
Sem outros golpes desleais,
E tão mortais.

O vinte e cinco de Abril era
A chama que se abria e despertava
Outras Primaveras!
Já foi, é passado, é tempo que urge renascer,
Que quer cantar bem alto, o direito à vida.
Que quer dizer não à corrupção,
Que quer gritar bem alto e em desespero:
- Abaixo a desagregação social,
Abaixo a fragmentação humana!
O Homem vem com direito igual
E todo Ele quer sentir a chama
Do verdadeiro Amor,
Da verdadeira chama
Que tanto proclama
Até ao suspiro do sol-pôr.

Berta Quental Prata




Ao ouvir as notícias e as canções de Abril, vivi de alguma forma esse momento de esperança e agora de desilusão. Senti a marcha do tempo, dos passos, da música, a voz que então se gritava: o povo unido jamais será vencido. Ainda me lembro deste som me percorrer o corpo, as veias, a vida, ainda hoje o sinto como se afirmando. O povo é quem mais ordena, quando o povo foi sempre explorado e será sempre a chama acesa dos políticos corruptos e dos economistas bem lançados, na meta das suas vitórias e dos seus lucros. Sempre foi e será esquecido. O vento soprou-lhe que era a sua hora, mas essa já se foi embora há muito. Este mundo é dos corruptos, dos homens que querem singrar à custa dos que não querem chorar mas que choram, ainda que as lágrimas escondidas, não se soltem como já se costumavam. Quando a dor humana cresce, o choro fica amarfanhado, enterrado dentro do próprio invólucro, quase esquecido da vida. Os outros julgam que vão crescendo, trilhando e abrindo as portas da alta sociedade e, por isso, essa será a sua eterna prisão. Dizer mais para quê?! É esta a vida, é neste momento que se escolhe o que fazer do Bem que nos avassala a Alma todos os dias. O que fazer? Dar o que temos para dar e sermos felizes com o que vamos humildemente alcançando. Por isso aprendi a escolher os meus Amigos, os que lutam, os que choram, os que são capazes de criar raízes e dar esperança para que todos tenham direito a sonhar. Os que ralham, com delicadeza, os que sabem chamar à atenção com um gesto amigo, os que crescem lado a lado com o outro ser irmão.
Um abraço Amigo
2009

Aqui a tens, a garça real, imponente na sua majestade!
Não é a minha, nem é a tua, é Ela, atleta, sonhadora
Como eu. Tem uma postura real, na verdade!
Diz lá que não! Linda, perfeita, mas devoradora!
Que bico!! Que espada, que perigo!...
Estava quase a apanhá-la, porque estava frio.
Eis que chegaram os meus súbditos reais
E ma levaram, com doçura, a outro abrigo,
Libertando-me de a ver morrer, sem ais!


Berta Quental Prata

A imponente Garça


Aqui a tens, a garça real, imponente na sua majestade!
Não é a minha, nem é a tua, é Ela, atleta, sonhadora
Como eu. Tem uma postura real, na verdade!
Diz lá que não! Linda, perfeita, mas devoradora!
Que bico!! Que espada, que perigo!...
Estava quase a apanhá-la, porque estava frio.
Eis que chegaram os meus súbditos reais
E ma levaram, com doçura, a outro abrigo,
Libertando-me de a ver morrer, sem ais!


Berta Quental Prata

Desumanidade


Ultimamente, ouvimos tantos gritos de socorro!
Tantos seres, perdidos no espaço de ninguém!
Apenas no seu espaço, ...o de alguém!
Tantos gritos de socorro!
Tanta mágoa e tanta dor, escondidas nos escombros
Da própria dor desenfreada!
Tanta tragédia, tanta blasfémia à Natureza,
À Humanidade, à vida na sua própria incerteza,
Bloqueada pela atrocidade desalmada,
Que teima em destruir a Vida
De quem procura estar na sua lida,
Em paz, na serenidade do seu espaço,
Aquele onde sabe encontrar um abraço.

B.Q.P.

Ano 2009


O Ano que acaba deu-nos, como sempre, momentos bons e menos bons;
Deu-nos alegrias, algumas tristezas e também desilusões;
Todos eles nos fizeram crescer e nos tornaram mais maduros.
Vamos tentar recordar todos aqueles momentos que, em tons
Coloridos, nos aqueceram a Alma, nos mantiveram as ilusões
E nos iluminaram nos dias mais amargos e escuros.
Vamos continuar a crescer, dividindo o que somos capazes
De dar, de distribuir, sem outros gestos menos puros.
Vamos continuar a amar, a dividir e a fazer sonhar
Os que nos solicitam e acreditam que somos audazes,
Que somos capazes de continuar a fazer despertar
Nos momentos menos bons,  o sorriso que ilumina o olhar
E  afaga, sem tocar, o rosto, o coração despedaçado,
Incendiando a Alma e o caminho, de novo traçado.

São estes os desejos que distribuo aos meus Amigos
E, neste desejo, ouso pedir:
- Se me virem fraquejar, sacudam-me com Vosso sorriso!
Eu connvosco e vós comigo,
Venceremos os perigos que estão para vir.

Um Excelente 2009

Obrigada pela paciência que tiveram comigo e, sobretudo, obrigada por essa ternura que me souberam dar, com generosidade.

Berta Quental Prata


Elogio


Amoras silvestres que cativam e nos trazem cativos,
Negam a essência da vida e do conhecimento.
Amam, sem o saberem e esquecem os donativos
Manuseados pela chama do esquecimento.
Amantes do bem viver, esquecidos de que outro mundo
Chora os seus afazeres, na chama impura,
Enaltecidos por um egoísmo profundo,
Danificando o amor e a ternura,
Orvalhados pela Luz que os chama e os traz ao mundo!


Continua, escreve a chama da Luz que se alastra,
Tal raio de pureza que se cria e se alastra
Quando te lemos, nas entrelinhas.
Que o sonho seja a meta e a concretização
De todos os jovens, que te lêem com emoção.
Que o sol brilhe e que as linhas
Que escreves, …
Nos cheguem sempre ao coração.

                        Berta Quental Prata





A saudade dói


É, a saudade dói, dói profundamente
tão amarga e tola, tão somente!
A saudade embrulha-se no coração,
machuca e faz crescer a revolta!
A saudade é o sentimento da emoção,
que foge à razão,
que nos faz chorar dolorosamente,
nos faz cantar o bem que se alcançou,
nos faz rir e dizer tristemente:
-Sou tola porque sei que me amou!
Mas, como queremos sempre mais,
nunca estamos contentes.
Choramos por tudo e por nada,
porque pensamos que jamais
vamos sentir, agarrar a coisa amada!
Se a saudade falasse,
fosse um ser vivente,
muito haveria de falar,
de pedir que a cantassem,
que a tornassem em gente!

Os golpes da vida...


Os golpes que a vida nos dá, são fruto da tempestade
Que surge dentro de cada um, fruto da incompreensão,
Que nos invade a Alma e nos destabiliza.
Os golpes que a vida nos dá, são a Verdade
Que não sabemos ver, à luz da razão.
Se pensarmos que a vida desliza
Ao sabor do coração,
Da tal destabilização,
Acordamos para duras realidades
Que nos fogem à razão!
Os golpes que a vida nos dá, são fruto da tempestade
Dentro de cada um, que se julga superior,
Que julga ter a razão do Amor.
Mas, se o Amor, chega a ser irracional,
Como deixar falar a razão
Quando tudo o que nos envolve é emocional?!
O nosso mundo interior dá-nos tantas respostas!...
Dá-nos tanto conhecimento!...
É só aprender a ouvi-lo, sem dividi-lo, às postas!
O nosso mundo interior, é uma viagem …
É fruto de tantas experiências!....
De dores, de alegrias, de como fazer…
De como progredir na suave aragem
Do Tempo que nos mostra a essência
De como agir, fazer e crescer.


Berta Quental Prata 27/12/2009

À minha princesa de Alvite...


À minha princesa de Alvite, aquela Amiga
que conheci e de quem aprendi a gostar, …
Aquela que sorri ou chora e se entrega à amizade,
À dádiva, própria de quem se fatiga,
A este ser que sabe amar
Os seus, os amigos, que abraça com lealdade.
A ti, minha Amiga, desejo-te um mar
De Paz, de amor, de felicidade,
E peço-te que me guardes aí, nessa gaveta
De madrepérolas e de risos, de lágrimas,
De ais, de olhares ao sol poente,
Esse olhar que se alteia e que desperta
O sonho, plantado no horizonte,
Na noite que cai, reluzente,
E na neve, branca e pura,
Tal água da fonte
Que jorra ternura,
Harmonia
E Alegria.

Parabéns e um grande abraço.

Berta Quental Prata

Acordem!....


A labareda incandescente
Queima tudo ao seu redor!
Alastra a maligna semente
Provocando o caos e a dor!

Acordem!...

Já dizem que não vale a pena ter Fé!...
Já dizem que tudo se perdeu.
A árvore seca e volta com seus rebentos,
Frágeis, vulneráveis, mas em pé!
O homem deixa-se levar pelos ventos,
Tem memória curta, talvez cansada
De tanto esperar
A troco de nada!

Acordem!...

A esperança é a última a morrer.
É essa crença e essa Fé que nos mantém
De pé!
Não nos deixemos esmorecer!
Vamos acreditar que há sempre alguém
Com aquela força e que tem Fé.





A Esperança é a semente
que vive e perdura na razão de viver.
A Vida é o que fazemos dela,
a batalha ou a guerra, a dor crescente,
o momento de viver e morrer.
Ama-te a ti mesmo e a tela
da vida te mostrará quem és.
Cada acto, cada gesto é uma aprendizagem,
é uma experiência vivida.
A verdade és tu, porque És...
A arte de ser está na realidade
de cada um encarar a vida,
já que esta é fonte de energia.
Não há coincidências...
Há o acordar, fruto das experiências
de vida e da semente da Alegria
que vive em nós e sustenta o dia.

Berta Quental Prata (30/11/09)



A cultura da Paz e da harmonia,
Do bem-estar da humanidade,
Tem sido a força que move o dia,
De quem trabalha com humildade.

A tolerância, a solidariedade,
O princípio do pluralismo
Que sustenta a liberdade,
São a força deste novo civismo
Que todos buscamos, na mediação,
Face à desgarrada e triste multidão,
Que se ergue dos escombros escondida,
Nascida da disputa, da guerra,
Da ganância, dos flagelos da vida!

É Natal, mais uma vez, …
Neste espírito natalício todos chamam
E clamam
Pelo bem-estar da Humanidade!
Todos querem evidenciar
O Amor, a Paz, a solidariedade!
Todos querem mostrar
O ar humano, quase perdido,
Na blasfémia de outro nascer,
De um outro algo, quase esquecido
Nos escombros de um outro viver!

Cultivar a Paz é uma obrigação
Moral,
De interesse internacional.
É abrir caminho ao coração
Desprotegido,
À Alma, ao dever, quase esquecido.

Unamos as mãos e os corações!
Vivamos todos os dias com emoção!

Berta Quental Prata