quinta-feira, 17 de março de 2016

Uma aldeia calma e sossegada,
Palco de uma grande tragédia:
Uma criança que parte, sem saber o porquê;
Pais angustiados, desesperados, com a vida amargurada;
Um jovem perdido e sem alegria;
Todos, sem saberem o porquê.
Pensar em tudo isto, na dor de qualquer um,
É sentir-se ave depenada, sem vontade de voar,
Sem vontade de sentir ou crescer
Porque a dor é tanta, a dor de uns e de nenhuns,
É tanta, tão intensa, tão louco o grito, a dor de chorar,
Tão efémera a oração, tão fugaz a curta vida,
Tão triste o momento e tão longo o sofrimento!...
Tentar perceber o que nos rodeia, a blasfémia,
O roubo, a traição, os falsos profetas, a indignidade,
O momento, os passos dados para o crescimento…
Num ápice, tudo se esvai nesta vida efémera,
Em tudo igual ao espaço, palco da eternidade!


(janeiro, 2013)

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