quinta-feira, 17 de março de 2016

A minha Pátria é o mundo de águas cruzadas,
De gestos, palavras e sons impuros,
Prostrados no pântano de leis amaldiçoadas,
Geladas no tempo, de governos impuros.
Cerrem meus lábios, como um muro!
Que eu cale, no silêncio amordaçado,
A terra sem flor, a fonte sem água, a eternidade!
Que esmoreça, queime e acenda a sede
Ao viajante, cego e cansado
Da hipocrisia do homem, que se julga divindade!
Ah! Força suprema e única, capaz de derrubar
A força de vida, a tenacidade
Dos que lutam por alcançar a fluidez do ar!

A minha Pátria é o Mundo!
A minha Alma é a Língua Portuguesa.
(…)/“Contra os canhões, marchar, marchar/…”
No Hino,… vai-se ao mundo,…
Entrega-se a vida e, é com tristeza,
Que dizemos, de novo:
“Contra os canhões marchar, marchar”
Na ignorância de um povo
Que caminha, ao amanhecer, sem acordar.


                        Berta  Quental Prata

Sem comentários:

Enviar um comentário