Já me desiludi com pessoas que nunca pensei que me desiludiriam.
Amei, assisti, protegi, dei o meu melhor, na minha perspetiva,
Porque há sempre outra forma de ver as coisas, a visão de alguém,
O outro, …
Por isso, também desiludi alguém, que não o merecia, talvez…
Já fiz coisas por impulso: amei, chorei, supliquei, dei
O que eu quis, o que eu pensava, o que eu imaginei e julguei
Fazer feliz um outro.
Já abracei para proteger: os filhos, os pais, o marido, os amigos.
Já ri quando não devia, em contextos errados de vidas,
Provavelmente difíceis e inexplicáveis.
Fiz amigos eternos, amigos de verdade, e eu contigo,
O outro, o tu, a verdade, o momento, a eternidade.
Vivemos momentos maravilhosos, inexplicáveis
De tão verdadeiros, tão loucos e tão por inteiro!
Amigos! Essa chama que nos mantém de pé
E nos mantém vivos, rumando contra a maré.
Obrigada aos Amigos da minha caminhada.
Perdoei erros imperdoáveis, amei e fui amada.
Amo.
Já saltei de felicidade, fui amada de verdade.
Amo.
Já telefonei para ouvir uma voz, para ler entre linhas
O estado de Alma de um outrem.
Já pensei na morte, penso e revejo momentos lindos
E vivo a vida a tentar vivê-la de novo de tão sublime!
Inexplicável dizê-lo a alguém!
A quem?!...
Perdemos todos os dias e todos os dias ganhamos
Novas forças, novos amigos que nos sustentam nas fraquezas.
Só perdemos o que queremos perder,
E quem não soube ganhar a dádiva do amor.
Os que amamos, dão-nos de volta o mesmo viver:
O desejo, a esperança, aquele sentimento de Amor!
E assim, todos caminhamos e continuamos
A fazer do coração uma fortaleza
Que resiste até perecer.
Não passo pela vida em vão.
Luto com determinação.
Mas, nessa luta de construção,
Algo perece em mim na frustração
De viver o mundo e a sociedade
Que nos traz amordaçados
E nos quer fazer esquecer
A dor da verdade,
A dor de querer viver.
Berta Quental Prata (25/10/11)
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